Reforma do Conselho de Segurança da ONU foi tema de debates em Brasília
Luiz Antônio Alves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) foi um dos temas discutidos ontem (22) em Brasília no seminário que reuniu pesquisadores, formadores de opinião e funcionários de 12 países. Promovido pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o encontro discutiu o impacto das últimas transformações mundiais nos sistemas políticos e financeiros internacionais, incluindo a inserção dos países emergentes neste cenário.
Segundo o secretário geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, que hoje (23) reuniu jornalistas para falar sobre o encontro, os participantes do seminário também discutiram se a nova configuração geopolítica que está se formando no mundo será corporativa e competitiva - o que poderá gerar tensões entre os países - ou um novo sistema de governança internacional, mais democrático e favorável a um mundo de paz e cooperação, como deseja o Brasil.
A discussão em torno da reforma do Conselho de Segurança da ONU foi reforçada a partir da criação do G 20, na área financeira, como "fruto da crise econômica desencadeada com a queda do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008", disse o embaixador. "A crise forçou as Nações Unidas a repensar suas estruturas e, em particular, a situação do Conselho de Segurança".
Na avaliação de especialistas internacionais, o novo papel do Conselho de Segurança seria o de um órgão coletivo e exclusivo para lidar com situações no âmbito da segurança global. Patriota disse que o embaixador do Afeganistão na ONU, Zahir Tanin, participou do seminário em Brasília e informou que, em linhas gerais, sua percepção é de que a discussão sofre a reforma do Conselho está retomando impulso.
Tanin é o diplomata que está, desde o ano passado, negociando as mudanças no Conselho de Segurança. Segundo o embaixador Patriota, "140 países membros da ONU assinaram uma carta delegando ao embaixador do Afeganistão a responsabilidade de elaborar um texto sobre o novo papel do Conselho. Este texto seria transformado na base de negociações efetivas que poderiam começar já no mês que vem" .
As discussões sobre o assunto, na visão do embaixador brasileiro, deverão prosseguir em 2010 e, possivelmente, ao longo de 2011. "Ao contrário do que se imagina" , disse, "os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) não estão indiferentes à reforma. Tanto é assim que representantes dos cinco países procuram o embaixador Zahir Tanin para apresentar sugestões ao texto que ele está elaborando".
Edição: Vinicius Doria
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